Fungo em cachorro: tipos, causas, sintomas e como tratar

Por Cobasi   Tempo de leitura: 23 minutos

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Fungo em cachorro

Quando o cachorro começa a se coçar demais, apresentar vermelhidão na pele, mau cheiro ou falhas no pelo, é sinal de que algo está errado, e uma das causas mais comuns é a presença de fungos.

São microrganismos responsáveis por diferentes tipos de micoses, que podem afetar desde a pele e as orelhas até órgãos internos, comprometendo o bem-estar e, em casos mais graves, a saúde geral do animal.

Esses fungos se desenvolvem com facilidade em ambientes quentes e úmidos e se alimentam da queratina, uma proteína presente na pele, nos pelos e nas unhas do cão.

Quando encontram condições ideais, como baixa imunidade, umidade excessiva ou falta de higiene adequada, eles se multiplicam rapidamente e causam irritações visíveis.

Entre as doenças mais comuns estão a micose de pele (dermatofitose), causada por fungos como Microsporum canis e Trichophyton spp., e as infecções por Malassezia.

De modo geral, todo cão pode desenvolver uma infecção fúngica, seja por contato com o ambiente contaminado, com outros animais infectados ou pelo crescimento excessivo de leveduras que já vivem na pele.

Reconhecer os primeiros sinais e buscar o tratamento adequado rapidamente é essencial para evitar complicações e proteger não apenas o pet, mas também outros animais e humanos ao redor.

Quais são os sintomas de fungo em cachorro?

As infecções fúngicas em cães podem causar uma ampla variedade de sintomas, desde coceira e feridas na pele até problemas respiratórios e febre. Tudo depende de onde o fungo está atuando: na superfície da pele ou dentro do organismo.

Segundo a veterinária Jamie Whittenburg, chefe de equipe do Kingsgate Veterinary Hospital (EUA), as infecções superficiais costumam afetar as orelhas, a virilha, as axilas e a região entre os dedos, enquanto as infecções sistêmicas podem atingir pulmões, fígado e rins, colocando a vida do cão em risco.

Para facilitar o reconhecimento, os sintomas de fungo em cachorro podem ser divididos em dois grupos principais: os que afetam a pele e os que atingem órgãos internos.

Sintomas de infecções fúngicas na pele

Essas infecções são as mais comuns e geralmente aparecem em regiões úmidas ou com atrito constante. Os principais sinais incluem:

Esses sintomas são típicos de infecções como a dermatofitose (micose), Malassezia e candidíase canina, responsáveis por boa parte dos casos dermatológicos em clínicas veterinárias.

Sintomas de infecções fúngicas sistêmicas

Quando o fungo alcança órgãos internos, o quadro é mais grave. As infecções sistêmicas, como aspergilose, criptococose, histoplasmose e coccidioidomicose, se espalham pelo corpo e comprometem sistemas vitais, como o respiratório e o nervoso.

Os sinais clínicos mais comuns incluem:

  • Tosse persistente e secreção nasal;
  • Dificuldade para respirar (dispneia);
  • Febre e fraqueza;
  • Perda de apetite e emagrecimento;
  • Dores articulares e claudicação (mancar);
  • Sangue na urina;
  • Lesões oculares ou cegueira;
  • Convulsões, desequilíbrio e falta de coordenação motora;
  • Feridas ulceradas ou nódulos no focinho (como na criptococose).

Quando procurar o veterinário?

Não ignore coceiras persistentes, feridas que não cicatrizam, mau cheiro na pele ou tosse contínua. Esses sinais podem parecer leves, mas indicam infecção ativa por fungos.

O veterinário realizará exames de citologia, cultura fúngica ou PCR, identificando o agente causador e o tratamento mais eficaz. 

Vale ressaltar que detectar o fungo cedo é a chave para evitar complicações e proteger não apenas o seu cão, mas também outros animais e pessoas que convivem com ele.

Quais são as principais doenças causadas por fungos em cães?

Cachorro caramelo com falhas na pelagem

As doenças fúngicas em cães se dividem em dois grandes grupos: 

  • sistêmicas, que atingem órgãos internos como pulmões, ossos e olhos;
  • localizadas, que afetam a pele, os pelos e as orelhas. 

Essa classificação é importante porque determina a gravidade da infecção e o tipo de tratamento indicado pelo veterinário. 

Infecções fúngicas sistêmicas 

As infecções fúngicas sistêmicas em cães invadem os órgãos internos e podem comprometer a respiração, a circulação e o sistema nervoso. São condições que costumam ocorrer após a inalação de esporos de fungos presentes no solo ou em matéria orgânica.

Embora alguns tipos de fungos possam ocorrer mesmo em cães saudáveis, a maioria aparece quando há baixa imunidade, causada por doenças, uso de corticoides, antibióticos, má nutrição ou outras condições que deixam o organismo vulnerável.

A seguir, veja as algumas doenças causadas por infecções fúngicas sistêmicas em cães:

Aspergilose canina

A aspergilose é uma infecção causada por fungos do gênero Aspergillus, encontrados no solo e em matéria orgânica em decomposição. Em cães, é mais comum a forma nasal, chamada aspergilose nasal, causada pelo Aspergillus fumigatus.

Como o cão é infectado?

O cachorro adquire o fungo principalmente pela inalação de esporos presentes no ar. Raças com focinho longo e estreito, como Collie, Greyhound e Pastor Alemão, são mais suscetíveis, pois o formato da cavidade nasal favorece o acúmulo do agente.

Sintomas da Aspergilose canina


Criptococose

A criptococose é causada por leveduras do gênero Cryptococcus, presentes em solos contaminados por fezes de aves, especialmente pombos e psitacídeos, e também em madeiras e eucaliptos em decomposição.

Como o cão é infectado?

O cão se infecta ao inalar os esporos do fungo ou por contato direto com feridas na pele. Animais com baixa imunidade têm mais chances de desenvolver a doença.

Sintomas da criptococose em cães

A doença tende a se espalhar por vários órgãos, incluindo sistema nervoso central, olhos, pulmões e cavidade nasal. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Nódulos no focinho, dando o aspecto conhecido como “nariz de palhaço”;
  • Tosse, espirros e secreção nasal persistente;
  • Falta de coordenação e convulsões;
  • Inclinação da cabeça ou andar em círculos;
  • Movimentos oculares anormais (nistagmo);
  • Inflamações e sangramentos oculares;
  • Fraqueza e perda de apetite.


Blastomicose

A blastomicose canina, causada por Blastomyces dermatitidis, é uma infecção que atinge pulmões, pele, olhos e linfonodos. O fungo vive em solos úmidos próximos a rios e lagos e se espalha pelo ar na forma de esporos.

Como o cão é infectado?

O cão inala os esporos e o fungo se aloja nos pulmões, podendo se espalhar para outros órgãos. É mais comum em regiões de clima quente e úmido, e em cães que vivem ao ar livre.

Sintomas

  • Tosse persistente e dificuldade para respirar
  • Febre e falta de apetite
  • Feridas na pele e perda de peso
  • Olhos inchados ou com secreção

Coccidioidomicose (Febre do Vale)

A coccidioidomicose, também conhecida como Febre do Vale, é uma infecção fúngica sistêmica não contagiosa causada pelo fungo Coccidioides immitis.

Como o cão é infectado?

A infecção acontece pela inalação de esporos presentes na poeira, especialmente após períodos chuvosos seguidos por seca, quando o solo se fragmenta e libera o fungo no ar.

Cães que vivem em áreas secas e com vento constante correm mais risco de inalar os esporos durante tempestades de poeira.

Sintomas da coccidioidomicose

O fungo se instala nos pulmões, mas pode se disseminar para ossos, articulações, pele e olhos. Os sinais clínicos mais comuns incluem:

  • Tosse persistente
  • Perda de apetite e emagrecimento
  • Febre intermitente
  • Dores articulares e claudicação
  • Lesões ulceradas na pele
  • Cansaço e fraqueza

Histoplasmose canina

A histoplasmose é causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, encontrado em solos úmidos contaminados com fezes de aves e morcegos. É mais comum em regiões próximas a cavernas, celeiros e árvores com ninhos, onde há alta concentração de matéria orgânica.

Como o cão é infectado?

O contágio ocorre por inalação de esporos presentes no ambiente. Esses esporos atingem os pulmões e, em casos mais graves, se espalham pelo sistema linfático e circulatório, alcançando fígado, baço e medula óssea.

Sintomas da histoplasmose em cães

Os sintomas costumam aparecer de forma lenta e progressiva:

  • Letargia e apatia;
  • Perda de apetite e perda de peso;
  • Diarreia e vômitos frequentes;
  • Dificuldade para respirar (dispneia);
  • Claudicação e febre;
  • Mucosas pálidas e taquipneia (respiração acelerada).

Infecções fúngicas localizadas em cães

As infecções fúngicas localizadas atingem as camadas superficiais da pele, pelos e orelhas. São as mais comuns e facilmente confundidas com alergias ou irritações simples. 

Apesar de menos graves, causam grande desconforto e podem ser transmissível para outros animais e humanos.

As principais doenças causadas por infecções fúngicas localizadas em cães são:

Dermatofitose (micose de pele)

De acordo com o estudo de revisão da UNIBRA (2023), a dermatofitose canina, ou micose de pele, é uma das doenças fúngicas mais comuns e contagiosas em cães, e também uma zoonose, podendo afetar humanos.

As dermatofitoses estão entre os distúrbios dermatológicos mais frequentes em clínicas de pequenos animais e representam risco elevado para crianças e adultos.

É causada por fungos dos gêneros Microsporum (principalmente M. canis e M. gypseum) e Trichophyton mentagrophytes, que se alimentam de tecidos queratinizados, como: pele, pelos e unhas.

O contágio ocorre pelo contato direto com animais infectados ou por meio de objetos e superfícies contaminadas, como escovas, camas, tapetes e sofás.

Sintomas

Os sintomas podem variar conforme a resposta imunológica do cão, mas os mais comuns incluem:

  • Lesões circulares com crostas e escamas;
  • Queda de pelo (alopecia);
  • Coceira intensa e vermelhidão;
  • Pústulas, inflamações e colaretes epidérmicos;
  • Unhas quebradiças ou deformadas (em casos avançados).

Infecção por Malassezia (dermatite fúngica)

A infecção por Malassezia pachydermatis, também chamada de dermatite fúngica canina, é causada por uma levedura que vive naturalmente na pele dos cães. 

Quando há desequilíbrio da microbiota, alergias ou umidade constante, a população desse fungo aumenta e causa inflamação.

Sintomas da dermatite fúngica em cães

  • Coceira intensa e mau cheiro característico;
  • Descamação e oleosidade da pele;
  • Alopecia e vermelhidão nas axilas, pescoço, orelhas e entre os dedos;
  • Otite fúngica com secreção escura e coceira nas orelhas.

Candidíase canina

A candidíase é uma infecção causada pela levedura Candida albicans, presente na microbiota natural dos cães. 

Embora rara, pode afetar mucosas, pele e trato gastrointestinal, principalmente em animais com baixa imunidade ou em tratamento com antibióticos e cateteres.

Sintomas da candidíase em cães

  • Lesões avermelhadas e úmidas nas mucosas;
  • Coceira e irritação na boca ou na região genital;
  • Diarreia e fraqueza geral (em casos internos).

Esporotricose canina

A esporotricose é uma infecção causada pelo fungo Sporothrix spp., presente em plantas, solo, madeira e vegetais em decomposição.

O contágio acontece por mordidas, arranhões ou contato com feridas contaminadas. O fungo penetra na pele e se instala no tecido subcutâneo.

Sintomas esporotricose em cães

  • Nódulos ulcerados e com secreção;
  • Áreas sem pelo e lesões crostosas;
  • Feridas que não cicatrizam facilmente.

O que causa fungo em cachorro?

Cachorro com a pelagem clara molhada

O fungo em cachorro pode ter várias origens, e entender suas causas é essencial para prevenir o problema e agir rápido ao primeiro sinal de infecção.

Esses microrganismos oportunistas se aproveitam de condições que enfraquecem a pele ou a imunidade do animal para se multiplicar e causar infecções fúngicas cutâneas ou sistêmicas.

1. Umidade e calor

    Ambientes úmidos e quentes são o cenário perfeito para o crescimento de fungos como a Malassezia pachydermatis, que vive naturalmente na pele do cão.

    Locais mal ventilados, banhos sem secagem adequada e o uso constante de roupas ou coleiras molhadas comprometem a barreira cutânea e favorecem o aparecimento de dermatites e otites fúngicas.

    2. Baixa imunidade

      Cães com imunidade baixa, seja por doenças, uso prolongado de corticoides ou antibióticos, estresse ou alimentação desequilibrada, têm mais dificuldade para controlar fungos que já vivem em equilíbrio na pele.

      Quando esse equilíbrio se rompe, os fungos se multiplicam e provocam infecções na pele, orelhas, patas e dobras corporais.

      3. Falta de higiene e umidade acumulada

        A higiene inadequada é outro fator importante. O acúmulo de oleosidade, sujeira e pelos úmidos cria um ambiente ideal para a proliferação de esporos fúngicos.

        Além disso, acessórios mal higienizados, como coleiras, camas e brinquedos, podem reter fungos e causar reinfeções recorrentes.

        4. Contato com ambientes ou animais contaminados

          Os fungos podem ser transmitidos por contato direto com outros cães infectados ou de forma indireta, por meio de objetos e superfícies contaminadas.

          Locais públicos, como pet shops, praças, parques e hospedagens, exigem atenção redobrada com a limpeza e a secagem do animal após passeios ou banhos.

          5. Predisposição da pele

            Alguns cães apresentam predisposição genética ou tipo de pele mais sensível, o que facilita o surgimento de fungos. 

            Raças com dobras cutâneas, como Bulldog, Shar Pei e Basset Hound, acumulam umidade e secreção entre as pregas, o que favorece o crescimento de leveduras e dermatófitos.

            Formas de desenvolvimento das infecções fúngicas

            As infecções por fungos em cães podem se desenvolver de três formas principais:

            Modo de infecçãoDescriçãoExemplos de fungos
            Contato diretoContato com animais, pessoas ou objetos contaminados (escovas, camas, brinquedos).Microsporum canis, Trichophyton spp.
            Exposição ambientalPisando, inalando ou deitando em solos e áreas com esporos fúngicos.Aspergillus spp., Blastomyces dermatitidis
            Crescimento endógenoAumento descontrolado de fungos que já vivem na pele, por desequilíbrio da microbiota.Malassezia pachydermatis

            Quais lugares do corpo dos cães são mais afetados por fungos?

            Os fungos em cães tendem a se desenvolver em regiões quentes, úmidas e com pouca ventilação, como entre os dedos das patas e orelhas, por exemplo. 

            Essas áreas funcionam como um ambiente ideal para a multiplicação de fungos, especialmente em cães com dobras de pele ou pelos densos.

            De forma geral, as regiões mais afetadas são:

            • Orelhas (conduto auditivo externo): otite fúngica por Malassezia pachydermatis;
            • Patas e entre os dedos: dermatite interdigital fúngica;
            • Pele e pelo (tronco, dorso e pescoço): dermatofitose (micose de pele);
            • Virilha e axilas: dermatite fúngica em áreas úmidas;
            • Focinho e rosto: criptococose ou esporotricose (formas localizadas);
            • Unhas (onicomicose canina): infecção fúngica por dermatófitos.

            Por que essas áreas são mais vulneráveis?

            Essas regiões concentram calor, umidade e fricção, o que favorece a quebra da barreira cutânea e a penetração dos esporos fúngicos. Além disso, cães de pelagem densa, com dobras corporais ou que vivem em clima quente e úmido, apresentam maior predisposição.

            Sinais de alerta por região

            Fique atento aos sinais iniciais em cada área do corpo:

            OrelhasCoceira constante e odor azedo.
            PatasLambedura excessiva e descamação entre os dedos.
            Axilas e virilhaVermelhidão e pequenas pústulas.
            FocinhoFeridas ou secreção nasal anormal.
            Pele geralManchas circulares, crostas e perda de pelo.

            Como o veterinário identifica fungo em cachorro?

            Veterinária examinando o ouvido de um cachorro

            O diagnóstico de fungos em cães exige mais do que a observação dos sintomas. Segundo Moriello (2019) e Lopes & Dantas (2016), o veterinário combina exame físico detalhado, histórico do animal e testes micológicos para identificar o agente causador.

            O primeiro passo é o exame físico completo, no qual o veterinário analisa a pele, orelhas e pelos em busca de lesões avermelhadas, descamação, crostas, alopecia (queda de pelo) e coceira intensa.

            O histórico clínico é essencial: tempo de evolução, tratamentos anteriores, uso de antibióticos ou corticoides e o ambiente onde o cão vive ajudam a direcionar o diagnóstico (Vetex, 2024).

            Exames laboratoriais para confirmar o fungo

            O veterinário pode solicitar um ou mais dos exames abaixo, dependendo do tipo e da gravidade da infecção:

            ExameO que analisa Quando é indicado
            Citologia cutâneaObserva células e microrganismos da pele, identificando leveduras como Malassezia pachydermatis.Casos de dermatite fúngica, otite e coceira localizada.
            Exame micológico diretoAnalisa pelos e fragmentos de pele ao microscópio para detectar estruturas fúngicas.Diagnóstico rápido de dermatofitose (micose).
            Cultura fúngica (DTM, Sabouraud e BIGGY)Isolar e identificar o fungo causador da infecção. O crescimento é monitorado por até 21 dias.Casos persistentes ou quando se deseja confirmar o agente exato (Microsporum canis, Trichophyton mentagrophytes etc.).
            Lâmpada de Wood (radiação UV)Detecta fluorescência amarelo-esverdeada causada por Microsporum canis.Triagem inicial para micoses de pele.
            PCR (Reação em Cadeia da Polimerase)Detecta o DNA do fungo com alta precisão.Infecções profundas ou sistêmicas.
            Sorologia e teste de antígeno na urinaIdentificam resposta imunológica e presença de antígenos fúngicos.Infecções sistêmicas como aspergilose, histoplasmose ou coccidioidomicose.

            Qual exame que confirma se é fungo mesmo?

            O exame que realmente confirma a presença do fungo é a cultura fúngica, considerada o padrão-ouro no diagnóstico.

            Nela, o veterinário coleta raspados de pele, pelos ou secreções e envia o material para o laboratório, onde é colocado em meios especiais, como o Ágar DTM e o Ágar Sabouraud, que favorecem o crescimento do microrganismo.

            Durante cerca de três semanas, o fungo é observado quanto à cor, formato e textura das colônias, características que ajudam a identificar a espécie exata.

            Segundo Souza et al. (2022), esse processo garante um diagnóstico preciso e permite que o veterinário indique o antifúngico mais eficaz para o caso.

            Diagnóstico de infecções sistêmicas

            Nos casos mais graves, que envolvem pulmões, rins ou sistema nervoso, o diagnóstico pode incluir:

            • aspirado de linfonodos e lavado broncoalveolar, observados ao microscópio;
            • radiografias e tomografia, para avaliar comprometimento interno;
            • e testes sorológicos ou de antígeno na urina, que indicam se o sistema imunológico está combatendo o fungo.

            A importância do diagnóstico 

            O tratamento do fungo em cães deve sempre ser orientado por um médico-veterinário, pois os sintomas podem se confundir com outras doenças de pele, como sarna, alergias ou infecções bacterianas.

            Quando diagnosticado corretamente e tratado logo no início, o prognóstico costuma ser muito favorável, com recuperação completa do pet.

            Como tratar fungo em cachorro?

            O tratamento do fungo em cães precisa ser feito com orientação do veterinário, porque cada tipo de infecção pede um cuidado diferente. 

            Há casos em que o fungo está apenas na pele ou nas orelhas, e outros em que ele já chegou aos órgãos internos, como pulmões e rins.

            De acordo com Moriello et al. (2017), o tratamento normalmente combina medicamentos antifúngicos, que podem ser de uso tópico (na pele) ou oral (comprimidos), junto com cuidados com o ambiente.

            Às vezes, um isolamento temporário para evitar que o fungo se espalhe para outros animais ou pessoas. O mais importante é nunca tentar tratar em casa com pomadas, sprays ou remédios sem indicação.

            Muitos produtos para pele que parecem “inofensivos” podem piorar a infecção ou esconder os sintomas, dificultando o diagnóstico e atrasando a recuperação do seu pet.

            O veterinário é quem vai identificar o tipo de fungo e indicar o tratamento certo para o caso do seu cachorro, garantindo que ele melhore rápido e com segurança.

            A seguir, veja as formas de tratamento mais comuns e o papel de cada uma na recuperação do seu cão:

            Tratamento tópico

            Nos casos de micose de pele, dermatite fúngica por Malassezia ou candidíase cutânea, o veterinário indica o uso de shampoos medicamentosos, pomadas e loções antifúngicas para eliminar os microrganismos diretamente na pele.

            Esses produtos contêm substâncias como clotrimazol, cetoconazol, terbinafina ou miconazol, que combatem o fungo e aliviam sintomas como coceira, vermelhidão e mau cheiro.

            O tratamento costuma incluir banhos terapêuticos duas a três vezes por semana e aplicação das pomadas em todo o corpo, mesmo nas áreas sem lesão, para eliminar os esporos invisíveis.

            Em alguns casos, o veterinário pode recomendar tosa higiênica para facilitar a aplicação e reduzir a contaminação ambiental.

            Tratamento oral

            Quando a infecção é mais extensa ou atinge órgãos internos, o tratamento exige antifúngicos orais, como itraconazol, fluconazol, cetoconazol ou terbinafina. Esses medicamentos atuam no organismo inteiro, combatendo o fungo de dentro para fora.

            Segundo o Merck Veterinary Manual (2024), o itraconazol é o mais indicado para doenças fúngicas sistêmicas, como histoplasmose, blastomicose e aspergilose. Enquanto o fluconazol é preferido em casos que envolvem olhos e sistema nervoso central.

            O tratamento pode durar de 4 a 12 semanas, com acompanhamento veterinário e exames laboratoriais para avaliar o fígado e garantir que o medicamento está sendo bem tolerado.

            Cuidados com o ambiente

            Os fungos liberam esporos resistentes que permanecem viáveis no ambiente por meses.
            Por isso, é fundamental higienizar todos os objetos e locais onde o cão circula, como camas, cobertores, brinquedos, escovas e o chão da casa.

            Use desinfetantes veterinários específicos, já que nem todos os produtos domésticos eliminam fungos, como água sanitária. De acordo com Santos, Carvalho & Ferreira (2022), soluções à base de cloro, fenóis ou iodo são as mais eficazes para desinfecção.

              Além disso:

            • Mantenha o ambiente seco e bem ventilado;
            • Evite deixar o cão molhado por longos períodos após o banho;
            • Aspire tapetes e sofás com frequência para remover pelos.

            Isolamento e prevenção de contágio

            Durante o tratamento, mantenha o cão afastado de outros animais e crianças, pois algumas infecções, como a dermatofitose (micose), são zoonoses e podem ser transmitidas para humanos. 

            Inclusive, evite o compartilhamento de objetos e lave bem as mãos após o contato com o pet.

            Prognóstico e acompanhamento veterinário

            Com o tratamento adequado e os cuidados certos, o cão se recupera totalmente. O protocolo deve continuar por duas a quatro semanas após o desaparecimento dos sintomas, até que duas culturas fúngicas negativas confirmem a cura.

            O acompanhamento regular com o veterinário é essencial para ajustar o tratamento e evitar recaídas, especialmente em cães com imunidade baixa ou doenças de base. Com disciplina e orientação profissional, o fungo em cachorro tem cura e o prognóstico é excelente.

            Como evitar que o cachorro desenvolva fungos?

            Pessoa secando um cachorro branco da raça Poodle com um secador

            Evitar é sempre melhor do que tratar. Embora nem sempre seja possível evitar completamente o contato com fungos, alguns cuidados de rotina reduzem muito o risco de infecção e mantêm o organismo do seu cão mais resistente.

            1. Mantenha a higiene e a secagem sempre em dia

            Depois do banho, seque bem o seu cachorro, principalmente nas orelhas, entre os dedos e nas dobrinhas da pele. Esses são os lugares onde a umidade fica presa e o fungo mais gosta de crescer.

            Se o cão tiver orelhas grandes ou dobras de pele, verifique essas regiões com frequência, pois são animais mais sensíveis a fungos. Além disso:

            • Evite deixar o cão molhado por muito tempo ou dar banhos em excesso, porque isso tira a camada natural de proteção da pele.
            • Use sempre produtos próprios para cães e toalhas limpas, e se quiser usar o secador, mantenha o ar morno e suave para não irritar a pele.

            2. Cuide da limpeza e ventilação do ambiente

            Os fungos também vivem no ambiente e podem ficar escondidos em caminhas, cobertores, brinquedos e tapetes por muito tempo, mesmo depois que o cachorro já melhorou.

            • limpe e seque bem tudo o que ele usa;
            • lave as cobertas e brinquedos toda semana;
            • se possível, deixe o sol entrar em casa;
            • evite deixar o pet em locais úmidos, como áreas de serviço molhadas ou quintais sem ventilação.

            3. Fortaleça a imunidade do seu cão

            Um cão com boa imunidade tem muito menos chance de pegar fungos. Ofereça uma ração de qualidade, com proteínas boas e nutrientes como vitaminas A, E e zinco, que fortalecem a pele e os pelos.

            Também é importante manter as vacinas e vermífugos em dia, e evitar o uso prolongado de medicamentos sem orientação, já que alguns remédios, como os corticoides, podem deixar o sistema imunológico mais fraco.

            4. Evite locais e situações de risco

            Se o seu cão gosta de passear, evite lugares muito úmidos, com terra, folhas e fezes de aves, pois esses ambientes podem conter fungos que causam doenças sérias, como a criptococose e a histoplasmose.

            Também é importante evitar o contato com outros animais doentes. Se algum pet da casa estiver com micose ou outro tipo de infecção fúngica, mantenha os objetos separados e nada de compartilhar escovas, potes ou caminhas.

            5. Fique atento aos primeiros sinais

            Identificar o problema logo no início é o que garante uma recuperação mais rápida. Observe se o seu cão apresenta coceira persistente, vermelhidão, falhas de pelo, feridas ou mau cheiro na pele.

            Se notar qualquer um desses sinais, procure o veterinário imediatamente. Quanto antes o tratamento começar, menores as chances de o fungo se espalhar.

            Perguntas frequentes sobre fungo em cachorro

            Qual é a aparência de um fungo em cachorro?

            Depende do tipo de fungo e da região afetada, mas os sinais mais comuns são áreas sem pelo, vermelhas, com crostas, descamação e mau cheiro. Em alguns casos, as lesões formam manchas circulares, típicas da micose (dermatofitose).

            Quando o fungo afeta as orelhas, pode surgir coceira intensa, secreção escura e odor forte. Se o problema for interno, o cão pode apresentar tosse, febre, perda de peso e cansaço.

            Fungo de cachorro passa para humanos?

            Sim, alguns tipos de fungos podem ser transmitidos para pessoas, especialmente os que causam micose de pele (dermatofitose). O contágio ocorre pelo contato direto com o animal infectado ou com objetos contaminados, como cobertores e escovas.

            Por isso, durante o tratamento, use luvas ao aplicar pomadas, lave bem as mãos e evite o contato com feridas abertas. Crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa precisam de atenção redobrada.

            Fungo em cachorro passa para outros animais?

            Sim, e com facilidade. Fungos como o Microsporum canis, responsável pela micose, são altamente contagiosos e podem infectar outros cães, gatos e até coelhos. Geralmente, o contágio acontece pelo contato direto ou por meio de objetos, escovas, cobertores e ambientes compartilhados.

            Cachorro preto e caramelo sorrindo


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            1 Comentário

            1. Berenice disse:

              Bom dia gostei das.informacoes das doenças e fungos

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            Nuvens
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