O que é cinomose? Entenda tudo sobre a doença

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Por Cobasi   Tempo de leitura: 8 minutos

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cinomose

A cinomose é uma grave doença infectocontagiosa causada por um vírus, que pode acometer cães de todas as idades. Principalmente, os animais não completaram o cronograma de vacinas ou não receberam o reforço anual da vacina múltipla.

Para explicar tudo sobre uma das doenças mais graves em cães, conversamos com a veterinária Joyce Lima (CRMV/SP 39824), da Educação Corporativa da Cobasi.

Cinomose – Infográfico

Neste infográfico, também contamos com a colaboração do médico-veterinário David Dalamura (CRMV/ MG 20971). Entenda o que é, como é transmitida, porque é tão perigosa e como proteger o seu pet.

cinomose

Para saber detalhadamente sobre a doença e seus riscos, continue a leitura.

O que é cinomose?

A cinomose é uma doença infectocontagiosa (ou seja, de fácil e rápida transmissão) causada pelo vírus Paramyxovirus, do gênero Morbilivírus.

De acordo com a Joyce Lima: “A cinomose é classificada como uma doença infecciosa grave, que normalmente afeta cães jovens (entre dois e seis meses de idade) ou animais que não foram imunizados adequadamente com as vacinas múltiplas (V7, V8 ou V10)”.

O vírus da cinomose tem alta capacidade imunossupressora – redução da atividade do sistema imunológico – que pode gerar diversos problemas no organismo dos cães, como:

  • lesões graves neurológicas;
  • respiratórias;
  • gastrointestinais;
  • oftalmológicas;
  • cutâneas;
  • neurológicas.

Como um cachorro pega cinomose?

cinomose sintomas
O seu cachorro foi diagnosticado com cinomose? É necessário mantê-lós separados de outros animais para evitar a transmissão.

A transmissão da cinomose canina pode acontecer de diversas maneiras. Como explica a Joyce Lima, a contaminação acontece da seguinte maneira:

“O cão que está com a cinomose elimina o vírus a partir de 14 dias, do primeiro contato com o vírus através da urina, fezes e secreções (nasal e ocular). O animal pode continuar eliminando no ambiente por até 90 dias”.

Vale ressaltar, que não é apenas pelas vias aéreas ou contato direto com a urina, fezes e secreções de outros cães que ocorre a transmissão. Também existe a contaminação indireta, como explica a veterinária:

“A forma de transmissão indireta acontece quando o cachorro usa de comedouros e bebedouros, coleiras ou passeia por locais onde tenham vestígios do vírus no chão, como na rua ou pisos não desinfetados. Esses são potenciais riscos de transmissão da cinomose”.

Sintomas da cinomose

No início da doença, os primeiros sinais costumam ser febre, diarreia, apatia, perda de apetite com episódios de náusea e vômito. Conforme evolui, o cão passa a apresentar secreções amareladas no nariz e olhos, andar desgovernado, tremores musculares, convulsões, paralisias e falta de coordenação”, comentou a veterinária Joyce Lima.

Em alguns casos, a cinomose pode apresentar sintomas que podem passar despercebidos. O motivo é que o organismo de alguns cães conseguem ter uma resposta imune para combater o vírus.

Em contrapartida, outros animais, quando contaminados, o patógeno ataca de forma agressiva os sistemas gastrointestinais, respiratórios e nervosos.

Fases da cinomose canina

Os sintomas da cinomose – que podem ser confundidos com de outras doenças – costumam ser divididos nos seguintes estágios: 

Sintomas da cinomose – Fase Oftálmica

Sintomas da cinomose canina
Em estágios avançados, o vírus da cinomose pode causar secreções geralmente amareladas e densas na região dos olhos e do nariz.

Quando começa a surgir secreções intensas. O pus amarelado costuma sair pelo nariz, anus, pelos cantos dos olhos dos cachorros. Em alguns casos, os cães podem ter conjuntivite severa.

Sintomas da cinomose – Fase Tegumentar

Esse estágio é um dos mais evidentes, quando pet começa a ficar com a pele das patas ressecadas e descamadas.

Sintomas da cinomose – Fase Digestiva

Nesta etapa, os sinais mais comuns são os gastrointestinais: vômitos, diarréias, falta de apetite e cólicas abdominais.

Sintomas da cinomose – Fase Respiratória

Já na segunda fase, além dos sintomas gastrointestinais, o vírus também começa atacar o sistema respiratório. Os sinais mais evidentes são: tosse, dificuldade para respirar e febre.

Sintomas da cinomose – Fase Neurológica

Essa é a fase crucial da doença, a neurológica. Nesse estágio, a condição já é preocupante, pois está afetando o sistema nervoso central do cachorro. Os sintomas mais comuns são: 

  • contrações musculares involuntárias;
  • convulsões;
  • tiques nervosos;
  • falta de coordenação;
  • mudanças de comportamento;
  • paralisia;
  • sons involuntários;
  • indicativos de dor. 

Pode acontecer do cachorro ficar andando em círculos ou até mesmo paralisado, sem conseguir fazer movimentos básicos, como andar. Essas alterações tendem a ocorrer, aproximadamente, entre 8 a 14 dias após a infecção.

Além disso, mesmo conseguindo categorizar por estágios, não significa necessariamente que o seu cachorro vai passar por todas as fases da doença.

Ao notar qualquer alteração comportamental e de saúde, vá imediatamente ao médico-veterinário. Essa é uma doença em que não se pode hesitar, mesmo nas fases iniciais.

Cinomose tem cura?

A veterinária Joyce Lima responde: “Sabe-se que a taxa de mortalidade de cães com cinomose é muito alta, poucos realmente sobrevivem com o tratamento, mas a cura é possível. Porém, estatisticamente falando é uma porcentagem baixíssima”.

Aqueles cães que conseguem sobreviver, tem grandes chances de ter alguma sequela da doença.

Sequelas da cinomose

cinomose como tratar
A cinomose é uma doença extremamente grave, que pode causar sequelas permanentes no pet.

Os sintomas costumam ser, em sua grande parte, neurológicos, pois o sistema nervoso não possui um grande potencial de recuperação, como os demais órgãos e sistemas. A especialista da Cobasi ainda reforça:

“Dentre as principais sequelas estão: convulsões, espasmos musculares, de mandíbula ou pálpebra, danos aos nervos e cerebrais, dificuldade de locomoção (como o “mancar”), alterações de equilíbrio e paralisia.

Cinomose pega em humano?

Não! O vírus acomete apenas animais da ordem Carnivora, como: cães, raposas, guaxinins, furões, hienas, civetas, leões e tigres.

Gato pega cinomose?

O vírus da cinomose canina não afeta os gatos. Porém, a especialista Joyce Lima alerta sobre um risco semelhante, que pode acometer os felinos:

“Existe outra doença em gatos, a chamada “cinomose de gatos” ou panleucopenia felina, que tem sintomas e forma de transmissão muito parecida com a cinomose canina. No entanto, é causada por vírus da família Parvoviridae”.

É importante destacar que mesmo com a similaridade, as doenças não possuem nenhum tipo de relação.

Tratamento da cinomose

Atualmente, por se tratar de uma doença viral – e de um vírus que sofre muitas mutações – não existe nenhuma medicação específica e exclusiva para o tratamento da cinomose.

doenças graves em cachorro
Ao notar qualquer dos sinais, é importante procurar um médico-veterinário para diagnosticar se é caso de cinomose.

O que é feito é o chamado “tratamento sintomático”, onde se tratam os sintomas que o animal apresenta, desde a diarreia até os neurológicos. Como explicar a veterinária Joyce Lima:

“Por exemplo, no caso da febre, utiliza-se antipiréticos. No caso dos sintomas gastrointestinais, oferece-se hidratação, alimentação adequada e antieméticos. Se apresentar quadros de convulsões, utiliza-se anticonvulsivante. E, assim por diante, sempre com medicamentos específicos para cães”.

A evolução e cura do animal dependerá muito de sua imunidade e do quão cedo a doença foi diagnosticada.

Prevenção de cinomose canina

O que fazer para prevenir a cinomose? A veterinária responde:

“Sim! A prevenção começa na gestação, pois os filhotes irão adquirir a primeira imunidade contra a cinomose através do leite materno. Além disso, filhotes a partir dos 45 dias de vida já devem ser vacinados com a primeira dose da vacina múltipla (V8, V10, V11 ou V12)”.

Além disso, é essencial garantir que o animal receba ao menos duas doses de reforço, além do reforço anual.

A especialista completa: “Antes da imunização completa do seu cãozinho (até a 3ª dose da vacinação), nada de passeios na rua, viagens ou idas ao pet-shop ou banho e tosa. Assim, reduzimos a possibilidade dele ter contato com o vírus da cinomose”.

Inclusive, bom reforçar: o vírus, apesar de agressivo, não resiste a uma boa limpeza. Então, mantenha a sua casa sempre higienizada e não se esqueça dos acessórios e lugares que o seu pet fica.

Cachorro vacinado pega cinomose?

A maneira mais eficaz de evitar que seu cão pegue cinomose é mantendo suas vacinas em dia. Porém, infelizmente, em alguns casos os animais que não respondem bem à vacinação e não produzem anticorpos suficientes para combater o vírus, podem ser acometidos.

Segundo a veterinária Joyce Lima: “Isso se deve ao próprio organismo do animal, que pode ser imunossuprimido, que mesmo recebendo a vacina, o corpo não reage da forma esperada”.

Porém, vale lembrar que esses casos são exceções e devem ser tratadas como exceções. A maioria esmagadora dos cães que são vacinados adequadamente e recebem seus reforços animais estão eficazmente protegidos contra a doença.

Quer saber mais sobre a cinomose canina? Dê o play e assista o vídeo que preparamos exclusivamente sobre o assunto na TV Cobasi.

Se ficou alguma dúvida sobre cinomose, deixe nos comentários. Até a próxima!

Por Cobasi

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