
A artrite canina, também conhecida como osteoartrite ou doença articular degenerativa, é uma inflamação articular que avança de forma lenta e progressiva.
É uma doença articular degenerativa que afeta cerca de 20% dos cães com mais de um ano de idade (Vaquerizo et al., 2013).
A artrite pode surgir por diferentes causas, como displasias, traumas, cirurgias ortopédicas e até como consequência de outras doenças caninas, como a leishmaniose.
A doença é crônica e progressiva, então tende a se agravar com o passar dos anos — o que coloca os cães idosos no principal grupo de risco para a condição.
Cachorros com histórico de lesões articulares e raças de grande porte também apresentam predisposição genética a problemas osteoarticulares e merecem atenção extra.
Os sinais mais comuns da condição incluem dor nas articulações, dificuldade para caminhar e o inchaço nas patas, fatores que reduzem a disposição e limitam a rotina do pet.
Sem um diagnóstico precoce, a doença compromete significativamente a qualidade de vida dos cães, impedindo atividades simples do dia a dia, como brincar ou subir no sofá.
A seguir, você vai entender tudo sobre a artrite em cachorro, incluindo as principais causas, grupos de risco, sintomas e cuidados que ajudam a aliviar a dor do seu melhor amigo. Boa leitura!
O problema começa quando a cartilagem que reveste as articulações do animal passa a se desgastar — seja por conta de um trauma, infecção ou apenas pela ação do tempo.
Esse tecido funciona como uma camada protetora que mantém os ossos espaçados, garantindo movimentos suaves e estáveis.
À medida que a cartilagem perde espessura ou se rompe, o espaço entre as estruturas diminui e ocorre o atrito direto entre os ossos.
O contato anormal dos ossos provoca dor, inchaço e limitação dos movimentos, evoluindo para a destruição do tecido cartilaginosos e áreas próximas, como ligamentos e o osso subcondral.
A fricção também libera citocinas inflamatórias, substâncias que aceleram o processo de degeneração e aumentam a sensibilidade da articulação. (Mohit Kapoor et al., 2011)
No processo, surgem pequenas formações ósseas (osteófitos) que tornam até movimentos simples, como caminhar, muito desconfortáveis e dolorosos.
Segundo Piermattei et al. (2009), em cães, as articulações mais atingidas costumam ser quadris, joelhos e cotovelos — pois elas suportam grande parte do peso corporal do pet.
No entanto, os quadros de artrite podem surgir em qualquer conjunto articular canino, muitas vezes até de maneira assintomática, o que dificulta seu diagnóstico precoce.
A artrite canina pode ter diferentes origens, que vão desde alterações naturais do envelhecimento até processos infecciosos mais complexos.
Por isso, embora a doença possa acometer cães de todas as idades, portes, e sexos, alguns fatores aumentam a predisposição de certos animais à condição.
De maneira geral, os principais gatilhos da condição incluem:
Segundo Mele (2007), 50% dos casos de osteoartrite ocorrem em cães entre oito e 13 anos de idade, já que o envelhecimento acarreta o desgaste natural das cartilagens.
De acordo com a mesma pesquisa, cerca de 20% dos cachorros na fase sênior apresentam algum tipo de doença musculoesquelética nesta fase da vida.
Por isso, os cuidados com cães idosos devem ser ainda mais intensos, com inclusão de suplementação específica para as articulações, fisioterapia e mais.
Descubra como melhorar a qualidade de vida do seu cachorro sênior neste artigo!
O excesso de peso provoca sobrecarga nas articulações e aumenta a inflamação sistêmica, sendo uma das principais causas ou agravantes da artrite em cães. (Altman et al., 1986).
Afinal, além da pressão mecânica, a gordura corporal libera substâncias inflamatórias que aceleram o desgaste da cartilagem.
Um estudo publicado na Veterinary Focus mostrou que o risco de desenvolvimento da artrite canina também está relacionado ao porte e velocidade de crescimento dos cachorros.
Dados da pesquisa revelaram que 45% dos casos da condição ocorrem em cães grandes, contra apenas 28% em cães médios e 27% em raças pequenas.
Além disso, os sintomas podem aparecer de maneira mais rápida e grave neste grupo, especialmente entre os cachorros de porte gigante.
Algumas raças apresentam maior sensibilidade genética às articulações, o que aumenta as chances de quadros de artrite. Entre elas, se destacam:
O ambiente onde o cão habita e seu estilo de vida também tem grande influência na saúde articular.
Pisos muito lisos aumentam o risco de escorregões e microtraumas, exigindo esforço extra das articulações.
Já a falta de atividade física favorece o enfraquecimento muscular, que reduz a sustentação das articulações e aumentam o seu desgaste.
Outros dois fatores que contribuem para o surgimento dos quadros são:
De acordo com Prada et al. (2018), dietas com poucos antioxidantes podem acabar acelerando o desenvolvimento da osteoartrite.
O excesso de óxido nítrico (NO) também pode agravar os quadros, uma vez que a substância parece inibir a síntese de colágeno, contribuindo para a progressão da doença.
Lesões frequentes ou esforços repetitivos sobre as articulações podem gerar microtraumas, prejudicando a cartilagem e acelerando o desenvolvimento da osteoartrite.
Esse fator é especialmente relevante em cães ativos ou submetidos a exercícios de alta intensidade desde filhotes, que podem acabar se lesionando com frequência.
Infecções bacterianas ou fúngicas podem atingir diretamente a articulação, seja pela circulação sanguínea (bacteremia) ou através de feridas e machucados profundos na pele.
Segundo um estudo publicado pela Universidade de São Paulo, os agentes infecciosos mais comuns em cães são Staphylococcus spp., Streptococcus spp. e Escherichia coli.
Além disso, doenças que suprimem o sistema imunológico — como a diabetes e doença de Addison — aumentam a vulnerabilidade a infecções oportunistas.
Condições como a doença do carrapato e a leishmaniose canina também podem causar quadros de artrite secundária e devem ser tratadas com muito cuidado.
Os sinais de artrite em cachorros podem variar conforme a gravidade da condição. Em estágios iniciais, a doença pode até ser assintomática, dificultando a percepção do tutor.
Muitas vezes, o cão com dores nas articulações apresenta mudanças comportamentais antes mesmo de mostrar qualquer limitação física.
Por isso, se você desconfia que o seu cachorro está desenvolvendo artrite, fique atento aos sintomas característicos da condição, como:
O animal pode mancar de um membro específico ou caminhar de maneira desigual. Em alguns casos, desenvolve o chamado “andar de coelho”, mantendo as patas traseiras juntas ao se locomover.
Membros tensos após períodos de repouso, como ao se levantar ou iniciar uma caminhada.
Dificuldade em subir escadas, entrar no carro, subir em móveis ou realizar movimentos que antes eram simples.
O inchaço é consequência da inflamação articular e pode ser visível, principalmente em quadris, joelhos e cotovelos.
Cães com a condição podem ficar mais apáticos e irritadiços, evitando o contato em determinadas áreas do corpo, e também podem parecer menos entusiasmados no dia a dia.
Passeios mais curtos, brincadeiras com menos vigor e menor interesse por atividades e exercícios que antes eram prazerosos podem indicar dor crônica.
Se você notar qualquer um desses sinais, procure um veterinário para avaliação detalhada assim que possível.
O diagnóstico precoce é essencial para aliviar o desconforto do seu pet e melhorar sua qualidade de vida, evitando que a artrite progrida para quadros mais graves.
O diagnóstico da artrite pode ser bastante desafiador, principalmente porque outras doenças articulares em cães costumam apresentar sintomas semelhantes aos dela.
Na tabela, mapeamos algumas condições que podem gerar confusão e como diferenciá-las:
Condição semelhante | Sinais comuns | Como diferenciar |
Doenças articulares, como displasia coxofemoral | Dor, claudicação e dificuldade de locomoção. | Em casa: o histórico familiar da raça pode ajudar. Com acompanhamento médico: avaliação radiográfica detalhada para identificar malformações congênitas. |
Doenças metabólicas, como hipotireoidismo ou obesidade | Fraqueza muscular, mobilidade reduzida e menor nível de energia. | Em casa: observe a evolução gradual dos sintomas e acompanhe o peso do animal. Com acompanhamento médico: exames de sangue para avaliar hormônios tireoidianos e composição corporal. |
Fraturas ou traumas | Dor localizada, inchaço, relutância em apoiar o peso nos membros. | Em casa: verificar ocorrência de acidentes ou quedas recentes. Com acompanhamento médico: exames de imagem como raio-x para confirmar fratura. |
Independentemente da condição, qualquer alteração e sinais descritos exigem avaliação veterinária, já que impactam o bem-estar e a qualidade de vida do seu cachorro.
Somente um especialista poderá identificar corretamente o quadro, solicitar exames complementares e descartar outras doenças que imitam a artrite.
Nas clínicas da Pet Anjo, você encontra profissionais capacitados para diagnosticar a artrite em cachorro de maneira segura. Confira os horários e marque uma consulta!
O desenvolvimento da artrite acontece gradualmente, e os sinais de dor nem sempre são constantes — embora a saúde ortopédica e o bem-estar animal já estejam sendo afetados.
Isso acontece porque a cartilagem articular não possui inervação, ou seja, as lesões não provocam dor direta.
Além disso, ela não é visível em radiografias, o que significa que o diagnóstico por imagem só é possível quando há comprometimento ósseo, já em níveis avançados da doença.
De acordo com especialistas, a doença possui 4 estágios progressivos, como mostramos na tabela abaixo:
Estágio | Alterações radiográficas | Nível de dor | Características |
Silencioso | Nenhuma visível | 0 | Sem sintomas de dor |
Subclínico | Nenhuma visível | 1 | Picos de dor aguda |
Clínico precoce | Visíveis +/- | 2 | Crises agudas frequentes |
Clínico avançado | Visíveis +++ | 3 | Exacerbações agudas graves e constantes |
A artrite canina é geralmente classificada de acordo com sua origem, informação que ajuda a personalizar o tratamento e manejo com cada cão afetado.
Os dois grandes blocos divisórios da doença são:
Também chamada de idiopática, a artrite primária costuma ocorrer sem uma causa identificável, normalmente relacionada ao envelhecimento ou questões genéticas do pet.
A artrite secundária é a forma mais comum da doença em cães, e surge como consequência de outras condições ou fatores que podem ser identificados.
Isso inclui lesões, fraturas, rupturas ligamentares, deformidades ou cirurgias ortopédicas e doenças infecciosas, como a leishmaniose e a doença do carrapato.
Nesta categoria, há dois tipos de artrite que se destacam:
O diagnóstico da artrite canina exige uma avaliação cuidadosa e multidisciplinar, e só pode ser realizado por um médico-veterinário especialista na área.
Durante as consultas, o profissional tentará entender o histórico do animal. Por isso, é importante que você esteja preparado para dar informações como:
Além disso, o diagnóstico assertivo da doença requer exames físicos e clínicos, e o veterinário poderá solicitar:
O tratamento da artrite em cães tem como objetivo controlar a dor, reduzir a inflamação e melhorar a mobilidade, garantindo mais conforto e qualidade de vida ao animal.
Por se tratar de uma doença progressiva e sem cura, o manejo deve ser multimodal, combinando medicamentos, suplementação, fisioterapia e ajustes no ambiente do pet.
Segundo especialistas, os 4 pilares principais para um tratamento seguro são:
O uso de anti-inflamatórios para cachorro — em especial os não esteroidais (AINES) — é a base do tratamento para a artrite canina, pois dão mais conforto ao pet.
Esses medicamentos proporcionam alívio rápido da dor e da inflamação, embora não alterem a evolução da doença.
Segundo Hanson et al. (2006), os fármacos mais utilizados no tratamento da artrite incluem os da classe dos cimicoxib, deracoxib, firocoxib, mavacoxib e robenacoxibe.
Dependendo da gravidade dos sintomas e estágios da condição, o veterinário também poderá indicar o uso de arprofeno, etodolac, cetoprofeno ou corticosteroides.
A suplementação ajuda a proteger a cartilagem e reduzir a inflamação. Entre os recursos mais utilizados estão:
Rações de alta qualidade já costumam incluir bons níveis destas substâncias. No entanto, o veterinário pode indicar acréscimos com suplementos industrializados.
Adotar hábitos saudáveis e adaptar a rotina do cachorro com artrite pode ter impacto significativo no controle da doença. Algumas dicas incluem:
A fisioterapia canina ganhou espaço nos últimos anos e já é considerada fundamental para o tratamento da osteoartrite a longo prazo.
Afinal, além de ajudar a manter a mobilidade das articulações, ela previne a atrofia muscular, podendo ser utilizada em todos os estágios da doença. (Taylor & Mancrieff, 2015).
Algumas técnicas consideradas proveitosas para os cães são:
Infelizmente, a artrite canina é uma doença crônica e não tem cura. No entanto, cães com a condição podem viver vidas longas e felizes se ela for bem controlada.
Com medicamentos, adaptações no ambiente e terapias complementares, é possível reduzir a dor, melhorar a mobilidade e garantir um dia a dia mais confortável ao seu pet.
De qualquer forma, é importante manter um acompanhamento ortopédico regular para avaliar a evolução da doença e ajustar o tratamento conforme necessidade.
Nem sempre será possível prevenir os quadros de artrite em cachorro, uma vez que o desgaste das articulações com o passar do tempo é completamente natural.
No entanto, mudanças no estilo de vida do animal podem promover a saúde das articulações e reduzir os riscos de problemas no futuro. Isso inclui:
Manter o cão ativo e mentalmente estimulado ajuda a fortalecer músculos e articulações, diminuindo o risco de desgaste precoce.
Passeios regulares, brincadeiras que estimulem o instinto de correr e perseguir, além do uso de brinquedos interativos são estratégias eficazes que seu pet vai adorar!
A alimentação do seu cachorro deve ser de alta qualidade, sempre adequada às necessidades nutricionais por fase da vida e porte do animal.
Rações para cães idosos e de porte grande, por exemplo, contêm nutrientes que ajudam a proteger as articulações e retardar o desgaste das cartilagens.
Essa suplementação natural com glucosamina, condroitina e antioxidantes contribui para um desenvolvimento articular saudável, reduzindo as chances de artrite.
A obesidade é um dos fatores de risco da artrite em cães. Por isso, tutores precisam ficar atentos não só à qualidade, mas à quantidade de ração que oferecem aos seus cachorros.
Petiscos em excesso muitas vezes acabam sendo dados como agrados inofensivos — mas devem ser contados como parte do gasto calórico diário dos pets para evitar sobrepeso.
Um peso saudável, aliado a exercícios e alimentação adequada, reduz o risco de artrite e ajuda a manter o conforto do seu cachorro. Então, mantenha o monitoramento constante!
A artrite em cachorro exige atenção especial, mas com acompanhamento veterinário, adaptações no dia a dia e muito carinho, seu amigo pode viver bem por muito tempo.
E nós estamos prontos para te ajudar nessa jornada!
No pet shop online da Cobasi, você encontra anti-inflamatórios, rações de alta qualidade e suplementos eficazes no controle da artrite canina.
Aproveite os melhores preços do mercado e garanta tudo o que o seu cachorro precisa para ter mais conforto convivendo com essa condição crônica.
E não se esqueça: no Blog da Cobasi, compartilhamos muitas outras dicas sobre saúde, comportamento e cuidados com os pets. Continue acompanhando e até a próxima!
A Cobasi vai além de uma pet shop online: aqui, no Blog da Cobasi, ensinamos você todos os cuidados com pets, casa e jardim.
Ver publicações A Cobasi e os cookies: a gente usa cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no nosso site.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Política de Cookies.