O cruzamento de cachorro é um tema que ainda gera muitas dúvidas. Por exemplo, o que fazer para evitar que a cadela tenha filhotes? Quais as condições ideais para a geração de uma ninhada? Quando castrar? Entre muitas outras questões.
Para responder essas e outras dúvidas, convidamos o médico-veterinário Marcelo Tacconi, da Educação Corporativa da Cobasi, que vai contar tudo que você precisa saber sobre cruzamento de cachorros.
O cruzamento de cachorro, também conhecido como acasalamento, é o processo de reprodução canina – entre macho e fêmea – que resulta na concepção e nascimento de filhotes.
Para o cruzamento de cão é importante considerar algumas questões, como a raça, idade, saúde dos animais e aspectos legais. Além disso, o processo pode ser dividido em algumas etapas:
Esta é uma dúvida comum: é obrigatório cruzar um cachorro? Isso apresenta algum tipo de benefício para o animal?
De fato, a decisão de cruzar seu cachorro é bastante complexa e exige uma análise cuidadosa de diversos fatores. Não há uma resposta única, pois existem diversas circunstâncias e objetivos que devem ser validados.
Por exemplo, alguns tutores querem acasalar seus cães para estabelecer um desenvolvimento emocional e promover um ciclo vital completo para os animais.
No entanto, vale ressaltar que se esse for o motivo, trata-se de uma percepção meramente humana, visto que os cachorros não têm qualquer noção sobre o sentido reprodutivo.
Os cães podem ter um desenvolvimento completamente normal sem se reproduzirem, do mesmo modo, devemos saber que o fato do cruzamento de cachorro não melhora a sua saúde e muito menos é uma obrigação.
Mas, se você quer realmente cruzar o seu cachorro é fundamental estar ciente e pesquisar as implicações, além das responsabilidades envolvidas.
O cruzamento de cães levanta uma série de considerações legais e éticas que são fundamentais para o tratamento dos animais envolvidos, e claro, a responsabilidade dos criadores.
Resumindo, os aspectos legais e éticos do cruzamento de cães estão diretamente relacionados ao bem-estar dos animais envolvidos. Além disso, também trata-se da responsabilidade dos criadores em garantir práticas de reprodução responsáveis e éticas.
Em muitos países, existem leis e regulamentações que regem a reprodução de cachorro, abordando questões, como: idade mínima, condições de alojamento e cuidados adequados para os filhotes.
O médico-veterinário da Cobasi acrescenta: “os criadores de cães têm a obrigação de garantir que seus animais estejam saudáveis, bem cuidados e adequados para reprodução”, comentou.
Além disso, o tutor precisa promover os cuidados veterinários apropriados, fazer a seleção cuidadosa dos parceiros de acasalamento e criar um ambiente adequado para os filhotes após o nascimento.
Marcelo Tacconi também destaca: “o bem-estar dos cães envolvidos no cruzamento de cachorro é uma consideração ética crucial, implicando em garantir que os animais não sejam explorados para reprodução excessiva. Ou seja, que recebam tratamento digno e tenham acesso aos cuidados veterinários necessários”.
Sim, o cruzamento seletivo de cães pode resultar em riscos e doenças genéticas. Ao longo do tempo, a reprodução seletiva para realçar certas características em determinadas raças para funções específicas, como realizar tarefas de cães-guia, de caça e companhia.
Só que o principal risco é quando a mistura envolve raças que são incompatíveis, o que resulta na existência de certas condições de saúde hereditárias.
Em outras palavras, diversas doenças genéticas podem surgir em cães como resultado do cruzamento não responsável. Isso inclui problemas, como:
Por isso, é essencial contar com a orientação de um veterinário, pois qualquer que seja o tipo de cruzamento ele pode acarretar riscos à saúde do animal e mutação. Esses fatores podem causar sofrimento, dores crônicas e até problemas respiratórios aos cães, por exemplo.
Sim, é possível realizar um planejamento responsável para o cruzamento de cães, considerando tanto a saúde quanto a genética dos animais envolvidos. Nesse caso, estamos falando da hereditariedade – sistema biológico de transmissão de certas características dos seres vivos entre gerações.
“Isso envolve a cuidadosa seleção dos cães reprodutores, garantindo que sejam saudáveis e livres de doença genética canina. Para isso, é essencial supervisionar o processo com a ajuda de um veterinário, desde antes do acasalamento até o cuidado dos filhotes”, ressalta Marcelo Tacconi.
Para selecionar os pais dos filhotes de cães, é crucial considerar a compatibilidade entre eles e suas características individuais.
Essa seleção inclui aspectos genéticos, temperamento, histórico de saúde e conformação física. Além disso, é indispensável definir objetivos claros de criação e buscar orientação de profissionais especializados.
Com essas medidas, os tutores e criadores podem ajudar a garantir uma prole saudável e equilibrada, alinhada com os padrões desejados da raça.
Uma gravidez canina dura em média 63 dias. Antes, durante e após esse período, a cadela prenha requer cuidados especiais. Afinal de contas, trata-se de uma gestação.
Entenda os principais cuidados a seguir:
Já na hora do parto, existem alguns cuidados que você deve aplicar:
Uma cama com cobertores e travesseiros higienizados que vão deixar o seu pet mais confortável.
Olhe atentamente o comportamento da fêmea. Nessa fase, pós-parto, pode acontecer da cadela apresentar corrimento, estresse, irritabilidade, alterações no corpo, secreções escuras, entre outros. Procure ajuda do veterinário para obter a orientação correta.
Por exemplo, um possível problema de saúde em mamãe pet é a mastite, uma inflamação da glândula mamária, que afeta a produção do leite, causa deficiências nutricionais e infecções bacterianas.
Inchaço, vermelhidão ou leite com tonalidade diferente são sinais da condição. Leve imediatamente ao veterinário para o diagnóstico e tratamento adequados.
Os tutores têm um papel fundamental na fase de crescimento dos filhotes:
Os filhotes ficam na fase de amamentação por cerca de 35 a 45 dias após o nascimento. O leite materno oferta os principais nutrientes para um desenvolvimento saudável dos cãezinhos.
O processo do desmame ocorre naturalmente após esse período, mas o tutor precisa introduzir gradualmente a ração úmida e seca de alta qualidade.
Aos poucos, inicie a socialização do filhote, apresentando aos outros animais e diferentes pessoas, de forma gradual e controlada.
Nessa fase, é indicado iniciar o treinamento básico de obediência, como comandos de sentar, ficar, vir e até fazer as necessidades no local certo. Método de treinamento, como o reforço positivo, é uma ótima prática.
Em relação à saúde do cachorro filhote, confira as seguintes etapas de cuidados:
Como criador responsável, é importante oferecer suporte contínuo aos novos tutores e estar pronto para aceitar de volta qualquer filhote que necessite de cuidados adicionais.
Mas, de modo geral, é importante avaliar se os novos tutores têm condições emocionais e financeiras, além do interesse em adotar os cães. Converse com os interessados, questione e tire todas as suas dúvidas. Como se fosse uma espécie de entrevista com os candidatos.
É mito. O câncer está relacionado a fatores hormonais. A prenhez não atua na prevenção de câncer em cadelas. Porém, fêmeas não castradas têm maior risco de sofrer de câncer.
Verdade. Geralmente, a indicação dos veterinários é que a fêmea cruze após o terceiro cio e o macho após 18 meses de vida.
Verdade. As fêmeas podem sofrer muito na hora de parir filhotes grandes. O ideal é procurar cães machos menores que as fêmeas, com o objetivo de diminuir a probabilidade de filhotes grandes, o que dificultaria o parto.
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Jornalista, é apaixonado por futebol, basquete e, claro, pets! Além de bater uma bolinha e escrever para o Blog da Cobasi, o Joe curte a vida ao lado dos seus melhores amigos: os cachorros vira-latas Zé e Tobby, a gata Marry e o papagaio Louro.
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