

O câncer de pele canino é uma doença cutânea causada pelo crescimento anormal de células, que formam aglomerações chamadas de neoplasias ou tumores. (SANTOS et al., 2022)
Na maioria das vezes, a condição se manifesta de forma discreta, como pequenos caroços, feridas ou manchas espalhadas pelo corpo do animal.
Com o passar do tempo, essas lesões podem aumentar de tamanho e, em alguns casos, se espalhar para outros tecidos e órgãos, comprometendo as funções vitais dos cães.
Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), o câncer de pele canino representa cerca de 30–40% de todos os diagnósticos de câncer da espécie, o que acende o alerta para os tutores.
A radiação ultravioleta liberada pela luz solar é um dos principais fatores de risco para a condição, especialmente entre cães de pelo curto ou claro. (FERREIRA et al., 2006)
Felizmente, nem todo tumor na pele do cachorro é sinal de câncer — e muitas neoplasias benignas, como lipomas e papilomas, não causam problemas à saúde do pet.
Ainda assim, é importante ficar atento a qualquer alteração dermatológica canina, já que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura de tumores cutâneos malignos.
Notou um caroço na pelagem do seu pet ou recebeu um diagnóstico ruim? Continue a leitura e descubra como identificar, tratar e prevenir o câncer de pele em cachorro!
Em condições normais, o organismo dos pets realiza um processo contínuo de renovação celular, substituindo tecidos antigos ou danificados por novos de maneira controlada.
A regeneração natural ajuda a manter a integridade da barreira cutânea e proteger o corpo de agentes externos — algo que também acontece com os humanos!
No entanto, quando ocorrem falhas nesse mecanismo, as células passam a se multiplicar de forma desordenada, formando massas ou nódulos que se aglomeram em certas regiões.
As formações podem surgir em diferentes camadas da pele do animal, como a epiderme, os folículos pilosos e as glândulas anexas. (FRANCISCO et al., 2008; LIMA, 2016)
Essas aglomerações são chamadas de tumores cutâneos caninos e divididos em dois grandes grupos, conforme o seu comportamento:
Por isso, é muito importante entender e usar as nomenclaturas corretas! Afinal, nem todo tumor é câncer: apenas aqueles com um comportamento maligno recebem esse nome.
O câncer de pele em cães se desenvolve de forma gradual, quando as células de um animal começam a se multiplicar de forma anormal e descontrolada.
No início, o crescimento pode ser discreto e restrito a uma área específica da pele, mas com o tempo, as células passam a invadir tecidos próximos e alcançar vasos sanguíneos.
Quando isso acontece, o câncer se espalha para outras partes do corpo do pet e acaba comprometendo órgãos vitais — processo chamado de metástase.
Para entender qual é a situação e a gravidade do quadro, especialistas costumam dividir as neoplasias por estágios.
No caso do melanoma canino, um dos tipos mais comuns e agressivos de câncer de pele, o estadiamento segue o sistema TNM, recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Com base nesses critérios, o melanoma canino pode ser classificado nos seguintes estágios:
| Estágio | Critérios | Descrição |
| Estágio 1 | T1 N0 M0 | Tumor pequeno, com menos de 2 cm de diâmetro e sem sinais de metástase. |
| Estágio 2 | T2 N0 M0 | Tumor entre 2 e 4 cm de diâmetro, ainda localizado e sem metástase. |
| Estágio 3 | T1 N1 M0 T2 N1 M0 T3 N0 M0 | Tumor maior que 4 cm ou já com comprometimento de linfonodos regionais, mesmo sem metástases à distância. |
| Estágio 4 | Qualquer T, qualquer N e M1 | Presença de metástases à distância, afetando órgãos como pulmões, fígado ou ossos. |
Detectar o câncer ainda nas fases iniciais aumenta significativamente as chances de tratamento e recuperação dos cães.
Por isso, qualquer alteração na pele deve ser avaliada rapidamente por um médico-veterinário!

Segundo Goldschmidt & Hendrick (2002), diversos tipos de tumores cutâneos já foram identificados em cães, variando conforme a origem e o perfil das células afetadas.
As neoplasias podem ser classificadas de diferentes formas, como benignas ou malignas, e se manifestam em estruturas distintas da pele.
Conheça os principais tipos de câncer de pele em cães e suas características!
O mastocitoma é um dos tumores malignos mais frequentes em cães, representando cerca de 11% das neoplasias cutâneas diagnosticadas na espécie. (VILLAMIL et al., 2011)
A condição começa nos mastócitos, células presentes na derme e tecido subcutâneo, responsáveis por participar de reações inflamatórias e alérgicas.
Cães com a condição podem apresentar lesões múltiplas ou individuais, acompanhadas de úlceras e vermelhidão localizada.
Em geral, os mastocitomas aparecem nos membros, abdômen, região axilar e escrotal dos animais — nesta última, de maneira mais agressiva. (SFILIGOI et al., 2005)
O carcinoma de células escamosas (CCE), também chamado de carcinoma espinocelular, é considerado o segundo tumor mais comum em cães. (ESPLIN, 2003)
A doença ocorre a partir da multiplicação desordenada dos queratinócitos, as células mais abundantes da epiderme, responsáveis pela produção de queratina.
Os cães afetados costumam apresentar feridas múltiplas ou solitárias nas regiões do tronco, orelhas, pálpebras, narinas, lábios, área inguinal e axilar. (RODASKI & WERNER, 2009)
As lesões de carcinoma em cachorro geralmente possuem um aspecto papilar, em forma de couve-flor, e podem sangrar com facilidade.
O adenoma de glândulas perianal, também chamado de adenoma hepatóide, é uma neoplasia benigna que se desenvolve a partir das glândulas localizadas na região perianal.
Essas glândulas são responsáveis pela secreção de um fluido que atua na lubrificação do reto e na comunicação olfativa entre cães. (DALECK et al., 2016).
Suas lesões se manifestam através de massas firmes, com forma nodular e localizadas na base do ânus ou da cauda dos animais.
Quando assume um caráter maligno, a condição passa a ser chamada de adenocarcinoma e costuma causar formações isoladas e ulceradas no dorso, flancos e patas dos cães.
O lipoma é uma neoplasia benigna composta por tecido adiposo, muito comum em cães com mais de 8 anos ou obesos. (SCOTT, D. W. et al., 2001)
Geralmente, a condição se manifesta como bolinhas de gordura moles, arredondadas e móveis, localizadas em regiões como o tórax, músculos do peito, pescoço e abdômen.
Apesar de não apresentar risco de metástase, o crescimento exagerado pode causar desconforto, ulcerar e gerar quadros de dor. (GSCHWENDTNER, 2015).
O hemangiossarcoma cutâneo (HSA) é um tumor maligno derivado das células endoteliais, que revestem os vasos sanguíneos.
Embora possa atingir qualquer região do corpo, a condição afeta especialmente o abdômen ventral, prepúcio e membros pélvicos dos animais. (WARDI, 1994; CULBERTSON, 1982)
Suas lesões costumam apresentar coloração escura, variando do vermelho ao roxo-escuro, crescem rapidamente e podem aparecer em forma única ou múltipla.
Segundo Scott et al. (2001), o hemangiossarcoma é uma das formas mais invasivas de câncer de pele em cães, o que requer um diagnóstico rápido.
O papiloma é um tumor cutâneo canino benigno causado pelo papilomavírus canino, que provoca o crescimento anormal das células epiteliais. (MEDLEAU et al., 2009)
As lesões lembram verrugas pequenas, podendo ser múltiplas ou isoladas, e se multiplicam de maneira rápida, assumindo uma forma típica de couve-flor.
Embora tendam a desaparecer espontaneamente, os papilomas exigem observação, pois podem inflamar ou sangrar, especialmente quando localizados na boca ou nas pálpebras.
O melanoma é um tumor originado nos melanócitos, células responsáveis pela produção da melanina: um pigmento marrom ou preto que dá cor à pele e aos pelos dos cães.
Segundo Murakami et al. (2021), essa neoplasia pode ter comportamento benigno ou maligno, e surge principalmente na cavidade oral, cabeça, escroto e nos dedos dos pets.
Na região próxima às patas, quase 53% das lesões assumem um caráter maligno, sendo o segundo tipo de tumor mais comum entre os cachorros. (MANLEY et al., 2011).
Suas lesões costumam apresentar uma coloração escura característica, além de alta agressividade e grandes chances de metástase, atingindo linfonodos e pulmões.
O histiocitoma cutâneo canino (HCC) é um tumor benigno comum, representando cerca de 12–14% de todas as neoplasias cutâneas da espécie. (GOLDSCHMIDT et al., 1992)
A condição surge a partir da célula de Langerhans da epiderme, assumindo a forma de um nódulo solitário e sem pelos, geralmente na cabeça, membros e tórax do animal.
Em muitos casos, o histiocitoma regride espontaneamente em algumas semanas, mas deve ser acompanhado por um veterinário para descartar neoplasias malignas semelhantes.

As lesões cutâneas malignas em cães podem ter diversas origens, pois a transformação de uma célula normal em uma cancerígena ocorre a partir de alterações ou danos no DNA.
Isso costuma ser provocado por diferentes agentes cancerígenos, como:
A radiação ultravioleta (UV) é uma das principais causas do câncer de pele em cães, especialmente dos carcinomas de células escamosas (CCE).
A exposição solar intensa provoca reações fotoquímicas que lesam o DNA, alteram o sistema imunológico e estimulam vias inflamatórias na pele. (KRAEGEL, 2004)
Esses efeitos são agravados em animais com falta de pigmentação, pelagem clara ou rala e em áreas constantemente expostas ao sol, como focinho, barriga e orelhas.
Além disso, a queratose actínica, uma lesão provocada pela luz solar, é considerada uma lesão precursora do câncer cutâneo. (WERNER, 2008; MEDLEAU; HNILICA, 2009)
Certos papilomavírus caninos também podem estar relacionados ao surgimento de tumores na pele, no caso, dos famosos papilomas.
Quando os vírus infectam as células epiteliais, provocam o crescimento descontrolado e a divisão anormal, o que pode levar a mutações cromossômicas e instabilidade genética.
Embora a papilomatose canina costume ser benigna, em alguns casos, ela pode evoluir para formas malignas em função das alterações celulares promovidas pelo vírus.
Cães que sofrem traumas repetidos ou passam por processos inflamatórios crônicos também podem desenvolver neoplasias de pele.
Isso acontece porque o reparo celular constante aumenta o risco de mutações no DNA, facilitando as formações cancerígenas. (HARGIS; GINN, 2013)
Algumas raças caninas apresentam maior predisposição ao câncer de pele, o que indica que a condição também possui um forte caráter genético.
Segundo Modiano et al. (1999), a vulnerabilidade está ligada a alterações em genes e proteínas que controlam o ciclo celular e a apoptose — processo natural de morte celular.
O início do câncer de pele em cachorros costuma ser silencioso, e muitas vezes passa despercebido pelos tutores.
Afinal, a condição não possui sintomas exclusivos e outras doenças cutâneas podem apresentar sinais muito semelhantes.
Segundo pesquisadores da UNESP, os quadros podem começar como pequenas feridas que não cicatrizam, aumentam de tamanho e sangram.
Alguns tumores também se manifestam em forma de nódulos na pele do cachorro, como elevações ou um aumento na pele do cachorro, sejam eles firmes ou moles.
Bolinhas no corpo do animal, verrugas avermelhadas e até manchas escuras são outros sinais de alerta, já que alguns tipos de câncer surgem dessa forma.
Conforme os quadros avançam, os cachorros com lesões malignas de pele podem apresentar mais sintomas clínicos, como:
As neoplasias de pele em cães podem se manifestar de formas diferentes, dependendo do tipo de tumor envolvido.
Confira as principais características de cada ferida na tabela abaixo!
| Tipo de tumor | Aspecto da ferida ou lesão | Locais mais comuns |
| Mastocitoma | Lesões elevadas e firmes, medindo de 1 a 10 cm, com superfície avermelhada ou ulcerada. Versões subcutâneas são moles e pouco delimitadas, como um lipoma. | Tronco, períneo, extremidades, cabeça e pescoço. |
| Carcinoma | Lesão avermelhada com inchaço, queda de pelos, descamação e ulceração. A pele pode ficar mais espessada e enrugada, ou formar feridas em forma de couve-flor. | Membros, orelhas, pálpebras, narinas, lábios, área inguinal e axilar. |
| Adenoma ou Adenocarcinoma | Nódulo firme e arredondado, de tamanho variável. | Base da cauda e região anal. |
| Lipoma | “Bolinhas” subcutâneas arredondadas e móveis, geralmente moles ao toque. Alguns ficam mais firmes se houver tecido fibroso. | Tórax, abdômen e membros torácicos. |
| Hemangiossarcoma | Lesões mal delimitadas, em forma de placas ou nódulos em tons de vermelho a azul-escuro. Nodulos superficiais têm até 2 cm, enquanto os subcutânos atingem 10 cm e são esponjosos. | Áreas expostas ao sol, principalmente abdômen ventral, prepúcio e membros pélvicos. |
| Papiloma | Pápulas e placas róseas ou brancas, lisos e brilhantes, que evoluem para verrugas em forma de couve-flor. | Focinho, cavidade oral, conjuntiva e pele. |
| Melanoma | Manchas escuras, com pigmentação variável (do marrom ao preto), geralmente ulceradas e inflamadas. | Cabeça, membros, dedos e escroto. |
| Histiocitoma | Massa solitária, arredondada e sem pelos, em forma de cúpula ou botão. | Cabeça, tórax e membros. |
Algumas doenças dermatológicas podem apresentar sintomas muito semelhantes aos de uma neoplasia em cachorro, o que atrasa e atrapalha o diagnóstico do câncer de pele.
As principais condições com sintomas semelhantes aos tumores cutâneos caninos são:

Com tantas condições similares ao câncer de pele, uma boa dica para confirmar suspeitas é observar o comportamento das feridas ou nódulos dos cachorros.
Diferentemente de outras doenças, as lesões neoplásicas crescem progressivamente e não cicatrizam com facilidade.
No entanto, o diagnóstico assertivo só pode ser feito com ajuda de um veterinário, e qualquer alteração na pele dos cães deve ser um sinal de alerta.
Exames específicos, como a biópsia dermatológica canina, permitem identificar a presença de células neoplásicas e são essenciais para a confirmação da doença.
O exame também ajuda a distinguir tumores benignos de malignos, o que vai orientar o tratamento mais adequado.
Independentemente da classificação, qualquer tipo de neoplasia exige acompanhamento veterinário, já que até lesões benignas podem ulcerar ou causar desconforto no animal.
Então, ao notar alterações persistentes na pele do seu cão, procure um veterinário assim que puder!
Assim como acontece com humanos, alguns cães têm mais chances de desenvolver câncer de pele, seja por fatores genéticos, de idade ou sexo.
Esses aspectos influenciam tanto o surgimento quanto o comportamento das neoplasias cutâneas caninas, que podem se manifestar de maneira mais agressiva em certos pets.
Em geral, os principais fatores de risco para o desenvolvimento de tumor de pele em cachorros são:
A maioria dos tumores de pele em cachorro é diagnosticada em animais idosos, geralmente acima dos 8 anos de idade.
Mastocitomas, carcinomas, hemangiossarcomas, papilomaslipomas, melanomas e adenomas são mais frequentes nessa faixa etária. (LONDON & THAMM, 2013; RASKIN, 2003; SCOTT et al., 2001; MULLER & KIRK, 1996)
Cães com pelagem curta e clara ou pouco pigmentada têm maior risco de desenvolver carcinomas e hemangiossarcomas.
Afinal, estes pets estão mais expostos à radiação ultravioleta, o que pode desencadear a formação de tumores malignos. (GOLDSCHMIDT, M. H.; HENDRICK, M. J., 2002)
Algumas raças demonstram maior propensão ao surgimento de neoplasias cutâneas, como:
Pesquisas sugerem que os hormônios sexuais também podem influenciar a ocorrência e agressividade dos tumores cutâneos.
Isso porque cadelas costumam apresentar mastocitomas menos agressivos, enquanto cães machos tendem a ter menos tempo de sobrevida aos quadros. (LAUFER-AMORIM, 2011; KIUPEL et al., 2005).
Quando o câncer de pele canino não recebe o tratamento oncológico veterinário adequado, a tendência é que ele continue crescendo e comprometendo tecidos vizinhos.
Em alguns casos, a evolução pode causar dor, infecções, necrose da pele e perda de peso, afetando diretamente o bem-estar do animal.
Segundo London & Seguin (2003), cães com mastocitomas, por exemplo, podem sobfrer com siíndromes secundárias devido à degranulação de mastócitos.
Além disso, muitos pacientes desenvolvem gastrite, úlceras gástricas, pressão baixa (hipotensão) e hemorragias.
Em fases avançadas, o câncer pode comprometer funções vitais, como a respiração e o funcionamento de órgãos internos, levando o animal a óbito.
De acordo com Fighera (2008), que avaliou as causas de morte e eutanásia em cães, as neoplasias representam 7,8% de todos os óbitos da espécie — e as neoplasias cutâneas foram responsáveis por 12,4% desse total!

O diagnóstico de câncer de pele canino deve ser realizado por um veterinário, já que só o profissional será capaz de diferenciar a doença de outras condições parecidas.
O processo geralmente começa com uma avaliação clínica completa, com o exame físico das lesões e uma anamnese detalhada.
Nesta etapa, o especialista coletará informações que vão ajudar a descartar hipóteses e direcionar os exames complementares mais indicados.
Então os tutores devem estar preparados para responder algumas questões sobre o avanço dos quadros e mudanças de comportamento do animal, incluido:
Após a avaliação inicial, o veterinário pode solicitar exames laboratoriais e de imagem para avaliar o estado geral de saúde do animal e entender se há indícios de neoplasias.
Para confirmar o diagnóstico de câncer de pele, o veterinário poderá utilizar técnicas diferentes, dependendo do tipo e da localização das lesões.
Alguns dos exames comuns nesta etapa são:
O tratamento do câncer de pele em cães pode variar conforme o tipo de neoplasia em questão, sua localização e seu estágio clínico.
De acordo com especialistas da UNESP, a cirurgia de remoção de tumor é o método mais indicado na maioria dos casos.
E quanto antes a intervenção cirúrgica acontecer, melhor! Afinal, os tumores possuem uma capacidade de crescimento alta, o que aumenta o risco de metástase.
Em alguns casos, o tratamento inclui terapias complementares, como radioterapia e quimioterapia canina, que ajudam a controlar e a eliminar as células remanescentes.
A eletroquimioterapia também pode ser indicada, especialmente para carcinomas de células escamosas, pois ela aumenta a absorção dos medicamentos quimioterápicos nas células
| Tipo de câncer | Tratamento recomendado |
| Mastocitoma | – remoção cirúrgica com margens de segurança; (FULSCHER et al., 2006) – quimioterapia antineoplásica; – fármacos como vimblastina, prednisona, ciclofosfamida e lomustina, sempre sob orientação veterinária; (LONDON & SEGUIN, 2003; WELLE et al., 2008; LONDON & THAMM, 2013) – inibidores de tirosinaquinase em casos específicos. (LONDON, 2009; JARK et al., 2012) |
| Carcinoma | – cirurgia; (MOORE; OGILVIE, 2001; GUÉRIOS et al, 2003) – radioterapia em regiões comprometidas com massas tumorais que não são removíveis cirurgicamente; (KRAEGEL; MADEWELL, 2004) – em alguns casos, criocirurgia ou quimioterapia de suporte. |
| Adenoma ou adenocarcinoma de glândula perianal | – excisão cirúrgica do tumor; – castração do animal, devido à relação com hormônios sexuais. |
| Lipoma | – cirurgia para remoção do nódulo, geralmente curativa e com bom prognóstico. (JARK et al., 2016). |
| Hemangiossarcoma | – cirurgia seguida de quimioterapia ou radioterapia. (WARD et al., 1994; VIVAN, 2020). |
| Papiloma | – muitos regridem espontaneamente e não precisam de tratamento; – remoção cirúrgica, criocirurgia ou laser em casos persistentes. (VIEIRA & POGGIANI, 2012). |
| Melanoma | – cirurgia como principal tratamento; – criocirurgia em caso de impossibilidade da cirurgia; (NISHIYA et al., 2006) – radioterapia como tratamento primário ou complementar; (CUNHA et al., 2013) – quimioterápicos, como cisplatina ou carboplatina, sempre sob recomendação veterinária. (GRANDI & RONDELLI, 2016). |
| Histiocitoma | – muitos regridem espontaneamente e não exigem tratamento; – excisão cirúrgica ou criocirurgia. (ARAÚJO et al., 2009). |
Sim, a maioria dos tipos de câncer de pele em cães tem cura, especialmente quando são diagnosticados e tratados suas fases iniciais. (RODASKI, S.; WERNER, J., 2009)
Nos casos em que isso não é possível, o tratamento pode prolongar a sobrevida dos pacientes e devolver o conforto dos animais — permitindo uma despedida pacífica.
Muitos cães se recuperam totalmente após o tratamento do câncer de pele e podem viver felizes e cheios de saúde ao lado de seus tutores por vários anos!
No entanto, alguns tipos de neoplasias mais agressivas tendem a reduzir a expectativa de vida do animal, especialmente quando identificadas em estágios avançados.
O hemangiossarcoma, por exemplo, é altamente invasivo e maligno, apresentando uma média de sobrevida de 4 meses após o diagnóstico. (SCOTT et al., 2001)
Cães acometidos pelo melanoma também possuem um prognóstico negativo, com um tempo de sobrevida médio de 6 a 12 meses. (RODRIGUES et al., 2017).

Embora nem todos os casos possam ser evitados, a prevenção de câncer de pele em cães é possível, e alguns cuidados simples reduzem as chances de incidência da doença.
Conheça as principais formas de manter os tumores cutâneos bem longe do seu cachorro!
Evitar a exposição excessiva ao sol é uma das medidas preventivas mais importantes, especialmente para cães de pele clara, pelos curtos ou com áreas despigmentadas.
Sempre que possível, evite brincadeiras e passeios ao ar livre entre 9–16h, quando os raios UV estão mais fortes.
Além disso, crie ambientes com sombra e abrigo contra o sol, garantindo que o animal possa aproveitar o dia de forma segura.
O uso regular de um protetor solar específico para cães também é uma medida eficaz que complementa a proteção do pet contra o sol.
De acordo com o Hospital Veterinário da UFMG, esses produtos são seguros e não possuem substâncias tóxicas que possam causar problemas se o pet lamber a região.
A aplicação deve ser feita diariamente, principalmente nas áreas com menos pelos, como orelhas, focinho, abdômen, axilas e região genital.
Manter a imunidade do cão sempre forte é fundamental para prevenir tumores causados por vírus oportunistas, como os papilomas.
Por isso, mantenha a carteira de vacinação do seu cachorro em dia, invista em vermifugação, proteção contra ectoparasitas e uma alimentação de qualidade!
Em locais com surtos, também vale a pena separar o pet de outros cães infectados, higienizando potes de alimentação, caminhas e outros itens pessoais do animal doente.
Por fim, as consultas anuais ou semestrais com o veterinário são indispensáveis para identificar precocemente qualquer sinal de neoplasias, como feridas, nódulos ou manchas.
O diagnóstico rápido aumenta consideravelmente as chances de cura do câncer de pele canino, possibilitando um tratamento menos invasivo e mais seguro ao seu pet!
O câncer de pele em cães ainda é uma doença cercada por dúvidas e crenças populares que podem atrapalhar a prevenção e seu diagnóstico precoce.
Abaixo, esclarecemos 4 mitos e verdades importantes sobre o tema!
Mito! O câncer de pele não é contagioso para humanos e, na grande maioria dos casos, também não é transmissível entre cães.
Afinal, a condição se desenvolve a partir da multiplicação anormal das próprias células do animal, sem relação com agentes infecciosos.
A única exceção são tumores causados por vírus, como o papiloma, provocada pelo papilomavírus, que pode ser transmitido pelo contato direto e indireto entre cães.
Mesmo nesses casos, a doença não oferece risco aos tutores!
Verdade! A exposição à radiação ultravioleta está diretamente ligada ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer de pele, como o carcinoma de células escamosas canino.
Mito! Nem todo caroço ou ferida na pele dos cachorros é um sinal de câncer.
Muitos cães desenvolvem lipomas cistos sebáceos, inflamações e infecções cutâneas que causam sintomas parecidos — mas que não possuem um caráter maligno.
Ainda assim, qualquer alteração na pele deve ser avaliada por um veterinário para descartar doenças graves e definir se há necessidade de exames extras, como biópsias.
Verdade! Embora os tumores cutâneos sejam mais comuns em cães idosos, animais jovens também podem desenvolver a condição.
Isso acontece principalmente quando outros fatores de predisposição estão envolvidos, como a genética da raça, a exposição à luz solar, infecções virais ou lesões contínuas.

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Pubvet | Principais neoplasias cutâneas de pequenos animais
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Fórmula Animal | Câncer de pele em cachorro: saiba como identificar e cuidar do seu melhor amigo
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SciELO Brasil – Pesquisa Veterinária Brasileira | Neoplasias cutâneas em cães: 656 casos (2007-2014) em Cuiabá, MT
SciELO Brasil – Ciência Rural | Estudo retrospectivo de 761 tumores cutâneos em cães
A Cobasi vai além de uma pet shop online: aqui, no Blog da Cobasi, ensinamos você todos os cuidados com pets, casa e jardim.
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